A segurança nos EUA é um dos principais motivos que levam brasileiros a trocar o conforto e alguns luxos de se viver no próprio país por uma vida de imigrante.
A violência está preocupante no Brasil, e não apenas nas grandes cidades. E a crise econômica acaba agravando essa situação. Assim, sistemas de segurança complexos em casa e a locomoção em carros blindados têm se tornado cada vez mais comum.
Para fugir desse tipo de riscos, é cada vez mais frequente que famílias optem por abrir mão de luxo e conforto no Brasil por uma vida de imigrante nos Estados Unidos, um país conhecido por oferecer mais segurança. Essas pessoas formam um novo perfil de imigrantes brasileiros: aqueles de alta renda, que deixam os negócios no Brasil e casas com muitos empregados para se adaptar a uma nova vida.
O processo é facilitado com possibilidades de visto de imigrantes. Entre eles, o programa EB-5, em que o Green Card é concedido à pessoas que aportam em um negócio com geração de empregos nos EUA. O visto de residência é extensivo a familiares, e não exige a participação na gestão do negócio que recebeu o aporte, quando feito por centros regionais. Saiba mais sobre o EB-5 aqui.
A segurança nos EUA é realmente maior do que no Brasil?
Os números mostram que essa impressão que os brasileiros têm sobre a segurança está correta. Embora o Brasil adote o Estatuto do Desarmamento desde 2003 – uma política que mostra resultados – o país tem hoje o maior número absoluto de homicídios do mundo. Um recorde que não deixa ninguém orgulhoso.
Segundo o Atlas da Violência 2016, em 2014, foram mais de 59 mil homicídios registrados no país. Uma em cada 10 vítimas de violência reside no Brasil. O estudo foi desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Econômica aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), que analisaram dados do número de vítimas de registros policiais e do Ministério da Saúde. 76% desses homicídios foram com armas de fogo. Esses números colocam o Brasil como 15º do mundo no ranking mundial de violência, com uma taxa de 28,9 mortes por mil habitantes.
Já nos Estados Unidos, o número de mortes por arma de fogo em um ano é de cerca de 30 mil – algo considerado alto para um país desenvolvido e, ainda assim, bem inferior ao dado brasileiro. Note que esse número inclui também casos de suicídio, homicídio simples e mass shooting.
Menor índice de roubos
Assaltos e roubos também são preocupações frequentes, principalmente de pessoas que vivem em grandes cidades brasileiras. E os números também justificam estar tão atentos. Pesquisas mostram que 63 celulares são roubados por hora – sim, por hora! – nas principais capitais do país, como Rio de Janeiro liderando a lista. As outras são Belo Horizonte, São Paulo e Porto Alegre.
Quem anda de carro não tem menos tranquilidade: um veículo é roubado a cada três minutos nas capitais do Brasil. Só em 2014, foram 213 mil automóveis roubados no país. Só na cidade de São Paulo foram 99 mil roubos.
Como comparação, em São Francisco, na Califórnia, no mesmo período, foram aproximadamente 7 mil veículos reportados como desaparecidos – quase 14 vezes menos. Isso porque, apesar de ser uma cidade menor do que São Paulo, é onde se concentra o maior índice de roubo de carros nos Estados Unidos, segundo a National Insurance Crime Bureau (NICB). Além disso, a polícia local consegue recuperar grande parte desses veículos – diferente do que acontece no nosso país.
Brasil x EUA: Segurança nas grandes cidades
Os números apenas ilustram uma estatística que não surpreende. Em 2015, uma ONG mexicana apontou um ranking das 50 cidades mais violentas do mundo. E o Brasil contou com 21 municípios nessa lista, sendo os primeiros que aparecem são Fortaleza, Natal, Salvador e João Pessoa. Os Estados Unidos também entraram nesse ranking, mas com apenas quatro cidades: St. Louis, Baltimore, Nova Orleans e Detroit.
Um detalhe que o ranking confirma, e que foi uma das conclusões também do Atlas da Violência no Brasil, é que a taxa de homicídios tem diminuído nas grandes cidades brasileiras, mas aumentado em cidades do interior, como Campos dos Goytacazes e Campina Grande.
Mas, por mais que as políticas públicas no Brasil tenham algum efeito sobre a violência, isso nem sempre acompanha o dia a dia das pessoas. Uma pesquisa divulgada em 2015 pelo Instituto Datafolha mostrou que 8 em cada 10 pessoas que vivem em grandes cidades brasileiras têm medo de morrer assassinadas.
A segurança nos EUA: por que é tão diferente?
Por que nos Estados Unidos a violência é tão menor? A resposta dessa questão pode ser complexa, mas um fator é bastante claro: a aplicação da lei faz toda a diferença.
Frequentemente, a impunidade é apontada como um dos fatores que explicam os altos índices de violência no Brasil, assim como práticas repressivas em detrimento de ações preventivas e de investigação. Isso somado a um ambiente de instabilidade econômica de grande desigualdade.
Já nos EUA, a desigualdade é menor e a economia indiscutivelmente mais estável, criando um ambiente bem menos propício à violência. A aplicação da lei também é mais eficaz, por diversos motivos. Por exemplo, a polícia é mais enxuta, com menos divisões e hierarquia com menos cargos, o que diminui a burocracia e possibilita aumentar a eficiência.
Assim, não só os cidadãos se sentem mais seguros, como conseguem contar com a polícia para realmente investigar e resolver problemas. Uma troca que está valendo a pena para muitas famílias brasileiras que preferiram aportar na segurança como qualidade de vida.
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